11.9.09

a vida, a ida, a partida.

ir, partir, sorrir.

a vida, a ida e a partida.

a ida. a vida. a partida...

só sabemos que terá: a partida

enquanto isso, há a vida.

as idas, e vindas.

a vida, tão linda ou só finda.

a partida. só partir. e ir.

Memórias, relembrar, repensar...

Memórias... memórias.
Acho que meu computador as apagou...
Tanta informação, e não me lembro de uma das mais importantes: a de quando eu aprendi a ler;
Pela primeira vez, tento, tento, tento lembrar
mas só aparecem flashes como um filme,
mudo, antigo... às vezes com algumas cenas em câmera lenta.

Lembro! Um dos primeiros quadros que aparece:
“Ah tia, não quero esse caderno” – ela não lembra, mas eu sim – no pré-primário, acredito já sabendo ler e escrever [ou não!],
ganhei um caderno de caligrafia
[aí começa minha tentativa de perfeição, totalmente inexistente e tentativa frustrada de tentar por um bom tempo da minha vida. Mas isso não vem ao caso agora!]

Nas minhas memórias do pré-primário, consigo visualizar a sala, mesas grandes, meu estojo de madeira, meu armário...
o uniforme azul, de saia e suspensório! Como eu adorava aquilo!
Tantos papéis, desenhos, colagens... tanto trabalho manual.

Logo após, lembro:
“eu sentadinha na primeira carteira, na 1ª série, querendo ser igual a professora”
queria a tiara igual, o fusô...
Vejo também o meu livro – que não era uma cartilha – tinha um sapo verde na capa dentre outros desenhos...
era tão legal e me contagiava fazendo eu querer ler cada vez mais...
e mais, e mais!

Chegava na casa dos meus avós e tinha uma lousa IMENSA
– era como eu via, daquele tamanhinho de gente –
Brincava,
E adivinha do que?
De escolinha... tinha alunos, usava as cartilhas e os livros da minha avó...
tantos livros na biblioteca da casa deles [minha avó, professora primária, meu avô, professor de matemática],
tantos alunos invisíveis, tantos giz e papéis...
Também “ensinava” meu bisavô, que com tanta paciência, passava tardes e mais tardes comigo...
ele sentadinho na escada e eu escrevendo no chão de cimento, com giz!

Depois, lembro também de chegar em casa de volta da escola...
chegava com meu pai e recebia o pacotinho cinza com as revistas da Turma da Mônica!
Era emocionante abrir o pacote e ficar horas e horas lendo...
após assistir Rá-Tim-Bum!
Ficava tão feliz quando dizia “meu pai assina o gibi da Turma da Mônica pra mim!”.

Algo que não consigo lembrar, é como foi esse caminho
do não ler até o ler
que foi o meu aprendizado...
Tantas pessoas envolvidas,
algumas me dizem alguns fatos.
Não consigo conceber como era a vida sem ler...

Meus avós me disseram que mesmo antes de ler,
eu reconhecia símbolos e desenhos, ia para São Paulo e ficava interessadíssima ao ver o Carrefour e o Romão calçados... e aí começava não somente a vontade de ler, mas também de viver nesse mundo cheio de significações, símbolos e claro, nossa língua maravilhosa!

Minha memória fotográfica,
Pena que não consigo muitas cenas
De quando eu estava aprendendo...
Nem mesmo a reação das pessoas,
o sorriso, a satisfação,
tanto minha, como dos meus pais.